Disfarces que contribuem para o diagnóstico tardio do autismo em meninas

Meninas com autismo recebem diagnóstico em média um ano depois que meninos. É o que mostra estudo realizado por pesquisadores da Brown University, nos Estados Unidos, e publicado em janeiro deste ano na revista científica Autism Research. Entre os motivos que podem justificar a demora na identificação da condição está o fato de as meninas apresentarem habilidades linguísticas mais avançadas que os meninos. O atraso na linguagem é, normalmente, o primeiro sinal de autismo notado por pais e médicos.

De acordo com estimativas, meninos têm cerca de três a quatro vezes mais chances de serem identificados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Relatório de março deste ano dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, relatou aumento de 10% no autismo no País, com taxa de prevalência de 1 em 35 entre os meninos (ou 2,97%) e 1 em 145 entre as meninas (equivalente a 0,69%). O dado, que é considerado para estimativas mundiais, triplicou entre 2000 e 2016.

O atraso na identificação do transtorno é grave. “Há estudos demonstrando que o atraso na descoberta do autismo em meninas pode chegar a cinco anos. Como em muitos casos a linguagem e a presença de fala são mais desenvolvidas em meninas com TEA do que em meninos, muitas vezes perde-se a oportunidade de fazer o diagnóstico precocemente”, explica o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Outro motivo para o atraso do diagnóstico é que alguns sinais do TEA são semelhantes ao da ansiedade e depressão em meninas. “Não é incomum atendermos crianças com 13, 14, 15 anos com autismo e que não foram diagnosticadas por confusão de sintomas”, afirma Casella.

Camaleoas

Por terem o comportamento social naturalmente mais desenvolvido que os meninos, as condições do transtorno do espectro de autismo leve nas garotas podem ser menos percebidas. “As meninas têm um desejo maior de socializar e fazer amigos, apresentam mais habilidades imaginativas e capacidade de fantasiar e frequentemente se sentem frustradas por não conseguirem. Já os meninos em muitos casos não fazem questão de ter companhia e tendem a ficar mais isolados”, diz o neuropediatra. Por isso, as garotas conseguem disfarçar suas dificuldades copiando comportamento de outras meninas ou tentando se envolver em brincadeiras.

É maior o número de meninas que apresentam menos estereotipias – termo médico para ações repetitivas de movimento, postura ou fala que fazem parte da rotina de pessoa com espectro do autismo. “Elas também apresentam menos interesses restritos que os colegas do gênero oposto com TEA, como interessar-se por navios de guerra, planetas, aviões.

Quando ocorrem, elas tendem a inibir esses comportamentos com maior intensidade para parecerem semelhantes aos seus pares”, diz Casella. Ele lembra que muitas atitudes das meninas que podem sinalizar o espectro do autismo são aceitas como características próprias como timidez ou gosto por organização para ações repetidas de arrumação.

De acordo com os pesquisadores da Brown University, a confirmação de que a descoberta do autismo em meninas é tardia é importante para o estabelecimento de novos critérios de avaliação clínica para seu diagnóstico.

“Precisamos pensar em como podemos melhorar o reconhecimento do autismo em indivíduos, incluindo muitas dessas meninas, que não têm o mesmo nível de atraso no idioma primário, mas que podem manifestar outras dificuldades na comunicação social, na brincadeira social e na adaptação ao mundo social”, explica Eric Morrow, autor do estudo e professor associado de biologia molecular, neurociência e psiquiatria da universidade.

“Comportamentos e atitudes como as estereotipias e a interação social não costumam melhorar com remédios, mas o tratamento com terapia baseada na análise aplicada do comportamento pode determinar resultados muito satisfatórios, principalmente se iniciados precocemente em razão da maior plasticidade cerebral das crianças mais novas. Assim, quanto antes for o início do tratamento, melhores serão os resultados”, completa o médico do Einstein.

Os primeiros sinais

Estar atento aos sinais, ainda que sutis, é importante para adiantar o diagnóstico do TEA. Além do atraso na fala, crianças com o espectro apresentam dificuldade de contato visual e não têm atenção compartilhada, apresentam mais dificuldade para demonstrar dor e praticarem interação social. “Os pais precisam acompanhar o dia a dia da criança. Devem lembrar que o estímulo é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos e diante de qualquer desconfiança devem procurar um especialista”, afirma Casella.

Fonte: VivaBem – Uol

 

Autismo: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

O Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, é uma condição que, na maioria das vezes, se inicia na infância e se caracteriza por uma dificuldade na comunicação verbal e não verbal. Segundo o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein, a criança com o diagnóstico pode desenvolver a fala, mas nem sempre consegue fazer uma conversação de “ida e volta” adequada para a idade.

Além de prejudicar as interações sociais, a condição também é caracterizada por um padrão de comportamento, no qual a criança mantém interesses ou atividades restritas e repetitivas. De acordo com o especialista, um exemplo de atividade repetitiva é quando a criança, especialmente aquela na primeira infância, enfileira os carrinhos e outros brinquedos de forma constante.

No caso das crianças mais velhas, elas podem manifestar um interesse específico. “É aquela criança que sabe tudo sobre a Segunda Guerra, ou todas as pontes de metrô de todas as capitais da Europa, todos os filmes de todas as épocas etc. Estes são exemplos de interesses restritos”, exemplifica Casella.

Outro comportamento comum nas crianças com dificuldades de comunicação pode ser visto nas brincadeiras coletivas. Segundo o especialista, ao invés de ela brincar com os outros, compartilhando a experiência, elas brincam “junto” (ao lado da outra criança, por exemplo correndo para lá e para cá), sem interagir.

Sinais

Existem alguns sinais que podem levantar suspeitas sobre o TEA, e que é importante que os pais fiquem atentos para o diagnóstico precoce. Segundo Erasmo, são sinais como:

  • Crianças que não batem palma, não dão tchau, dentro de um ano de idade ou um ano e meio;
  • Não apontam com o indicador as coisas que querem até um ano e quatro meses;
  • Não sustentam um contato visual;
  • Têm atraso de fala;
  • Não imitam os adultos em brincadeiras imaginárias ou em criar cenários.

“Por exemplo, o adulto coloca um brinquedo na cabeça e conta até três, e a criança não repete o gesto. Ou em brincadeiras imaginárias, como dar comida para um boneco. Ou, ainda, pegar o carrinho e fazer uma brincadeira ao invés de ficar só enfileirando”, exemplifica Casella.

Diagnóstico

De acordo com dados de 2021 do Centro de Controles e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estima-se que uma a cada 44 crianças desenvolva o TEA. Embora o diagnóstico possa ser feito precocemente, entre um a dois anos de idade, em geral vem mais tarde. Segundo Casella, isso se deve, em alguns casos, à negação da família ou à falta de comunicação das dúvidas durante a consulta ao pediatra ou, ainda, por não ter sido possível observar sinais no consultório.

“É comum a criança com TEA chegar no consultório de pediatria e ficar chorando o tempo todo e, às vezes, o pediatra perde a oportunidade de observar os sinais de alerta que podem acontecer. Toda a criança tem birra, mas a birra da criança com TEA é intensa e difícil de controlar”, explica.

Diagnosticar precocemente a condição é importante, segundo Casella, porque o cérebro, no início da infância, tem uma maior plasticidade, e as crianças podem responder melhor às terapias.

Abordagens terapêuticas

As opções disponíveis atualmente para o cuidado do TEA envolvem abordagens diferentes. Uma delas é a Análise Aplicada do Comportamento, vertente da psicologia comportamental adaptada ao cenário do autismo, que visa desenvolver habilidades sociais que sejam relevantes, e reduzir repertórios considerados inadequados, e é o tipo de tratamento com mais evidências científicas.

Em casos específicos, pode ser indicado o uso de medicamentos, mas não para todos, segundo Casella. “Remédios podem ser usados em crianças que são muito agressivas, que não dormem à noite ou, ainda, que chegam aos cinco ou seis anos com um Déficit de Atenção importante, ou se têm ansiedade”, explica.

Outras terapias que podem ser indicadas são fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. De acordo com o especialista, a abordagem é multiprofissional e pode durar a vida inteira, ou não. Isso depende do grau de funcionalidade de cada indivíduo e das modificações e evolução que cada um irá apresentar.

“Posteriormente, a criança vai precisar de uma terapia de grupo para melhorar a sociabilidade. Pode precisar, também, de uma terapia cognitivo comportamental, para orientar como estudar e como se virar em algumas situações”, explica.

Papel da família

Na tentativa de proteger a criança com TEA, a família pode prejudicar a transição para uma vida adulta mais independente, segundo Casella. Além de gerar uma dependência exagerada, algumas atitudes que poderiam ser tomadas sem a necessidade dos pais, como atravessar uma rua, vestir-se e tomar banho, não são aprendidas ou ensinadas da maneira mais adequada. “Faz parte do tratamento a família saber que ali tem uma pessoa que pode aprender bastante, e a vida inteira aprende”, argumenta.

Segundo o especialista, é importante que a criança com TEA tenha oportunidades de desenvolver a independência e a sociabilidade, para melhorar as relações coletivas. “Colocar as crianças em alguns grupos, como escoteiros, grupos de igreja, que às vezes acabam tendo menos bullying, ou de música, conforme o interesse de cada um, pode beneficiar o desenvolvimento”, detalha.

Fonte: blog Vida Saudável, uma iniciativa do Hospital Israelita Albert Einstein.

Bella Capri lança campanha Bella Ajuda em São Carlos

Ação que celebra Dia da Pizza fará doação de 6.000 pizzas em 25 cidades. Em São Carlos o Instituto Acorde deve arrecadar quase R$ 7 mil

A rede de pizzarias Bella Capri está lançando a oitava edição da Bella Ajuda, uma ação solidária de arrecadação de recursos para entidades assistenciais. A campanha acontece em 25 cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul onde a franquia de pizzas está presente. Serão doadas 6.000 pizzas o que representa um faturamento de mais de R$ 269.400,00 mil revertidos integralmente para as 38 entidades beneficiadas.

Em São Carlos o beneficiado é o Instituto Acorde, uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1988,  que tem por finalidade promover atividades que possibilitem crianças e adultos, com deficiência intelectual, a desenvolver suas capacidades e exercer plenamente seus direitos atendendo atualmente cerca de 300 pessoas. A entidade receberá 150 pizzas com um faturamento previsto de R$ 6.735,00. Quem quiser colaborar com a ação deve ir ao Instituto adquirir um cupom digital no valor de R$ 44,90. Para pegar a pizza, a pessoa entra no aplicativo da Bella Capri  e seleciona o sabor preferido no cardápio. Na hora de pagar aplica o código que está no cupom ganhando um desconto de R$ 44,90 na compra. A operação é simples e rápida. Depois, é só ir até a loja e retirar a pizza.

A Bella Ajuda nasceu em 2015 como uma campanha para celebrar de forma solidária o Dia da Pizza, comemorado em 10 de julho. Este é o oitavo ano consecutivo de realização da Bella ajuda que, ao longo deste período, promoveu a doação de 31.000 pizzas e arrecadou mais de R$ 1.157.000,00 doados para entidades assistenciais. A campanha será encerrada oficialmente no dia 10 de julho com uma cerimônia de entrega de cheque simbólico às entidades com o valor arrecadado em cada cidade.

Guto Covizzi, diretor da Covizzi Franchising, rede de franquias que tem a Bella Capri como uma das marcas, explica os motivos que levaram a rede a criar a campanha. “A Bella Ajuda é uma forma de retribuirmos o carinho enorme que recebemos da população das cidades onde temos operações. É um gesto de solidariedade que, esperamos, possa melhorar um pouco a vida de quem mais precisa”, afirma Guto.

SOBRE A BELLA CAPRI

A Bella Capri é uma franquia presente em 25 cidades operando agora com 40 pizzarias. Fundada em 1998, em Mirassol, a marca cresceu sem perder o sabor gourmet das tradicionais pizzas italianas, feitas na hora.  A Bella Capri está presente nas cidades paulistas de Araraquara, Bady Bassitt, Barretos, Bauru, Campinas, Catanduva, Franca, Fernandópolis, Jales, José Bonifácio, Jundiaí, Limeira, Marília, Mirassol, Novo Horizonte, Olímpia, Ribeirão Preto, Rio Claro, São Carlos, Santa Fé do Sul, São José do Rio Preto, Votuporanga, Três Lagoas (MS) e de Uberlândia e Poços de Caldas (MG).

Em 23 de junho a rede inaugurará em Presidente Prudente uma loja com foco em retirada, delivery e drive thru. Será a 41ª operação da franquia Bella Capri.

Precisamos repensar as formas de lidar com déficit de atenção e hiperatividade

Novas descobertas sobre TDAH apontam para perfis variados da doença e quais sintomas os medicamentos conseguem tratar, lançando o desafio de se repensar atuais abordagens de diagnóstico e tratamento

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica de influências genéticas e ambientais, que pode se instalar no início do desenvolvimento (período dentro do útero). Ele é caracterizado por um comportamento que vai ao extremo da desatenção, da inquietude e da impulsividade – num nível que não se esperaria para fases mais avançadas do desenvolvimento da criança. O transtorno pode acompanhar a pessoa durante a vida adulta. Uma revisão ampla de artigos sobre o TDAH destaca as descobertas mais recentes dos cientistas e aponta para a necessidade de novas abordagens diagnósticas e terapêuticas. Entre os achados, destacam-se os diferentes perfis da doença; a questão genética, que predispõe a outros problemas psiquiátricos; e a eficácia das medicações para sintomas específicos.

A revisão foi realizada pelos pesquisadores Guilherme V. Polanczyk, professor de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); pelo psiquiatra Jonathan Posner, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos; e pelo psicólogo Edmund Sonuga-Barke, do King’s College, no Reino Unido. O trabalho foi feito a pedido da Revista Científica The Lancet. O artigo pode ser acessado neste link.

O TDAH atinge 5,3% de crianças e adolescentes e 2,5% de adultos, em todo o mundo. A ocorrência do transtorno aumenta a taxa de mortes, as dificuldades escolares e o abuso de drogas, além de piorar a colocação no mercado de trabalho.

O tratamento atual mais eficaz para adultos e crianças com TDAH são as medicações estimulantes. Sintomas de desatenção e hiperatividade respondem mais às medicações, mas uma pessoa com o transtorno frequentemente apresenta uma série de outros problemas associados, que necessitam de intervenções, como psicoeducação, psicoterapia, etc.

As taxas de tratamento, porém, são muito baixas. Em países desenvolvidos, vão de 40% a 60%. No Brasil, um estudo do grupo de Polanczyk realizado em São Paulo e em Porto Alegre mostrou que 80% das crianças com transtornos mentais (ansiedade, fobias, esquizofrenia, TDAH, etc.) dessas cidades não recebem tratamento.

Atualmente, o diagnóstico do TDAH é feito a partir de uma classificação da Associação Americana de Psiquiatria, usada em todo o mundo. São 18 sintomas, sendo nove de desatenção e outros nove de hiperatividade e impulsividade. Para ter o diagnóstico fechado, precisam ser identificados, na criança, no mínimo seis sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade e impulsividade. Na idade adulta são, pelo menos, cinco sintomas de desatenção e/ou cinco de hiperatividade e impulsividade.

Especialistas com bom treinamento conseguem identificar o transtorno em crianças a partir dos 4 anos. Os sintomas incluem desatenção, hiperatividade e impulsividade. A criança se caracteriza por aquele comportamento, num nível que não se espera mais dela, naquela fase do desenvolvimento.

Algumas descobertas

Polanczyk conta ao Jornal da USP que um dos achados envolve as variantes genéticas associadas ao TDAH. Um dos estudos identificou, pela primeira vez, ao menos 12 regiões do nosso material genético que aumentam o risco para desenvolvimento do transtorno. Segundo o professor, esses genes estão relacionados aos processos normais de desenvolvimento do cérebro. Isso vai muito ao encontro de vários outros estudos que sugerem que o TDAH é um desvio do desenvolvimento cerebral, uma maturação atrasada do cérebro. Para o pesquisador, o achado é muito importante, pois traz a perspectiva de usar esses genes para obter tratamentos mais direcionados.

Outra descoberta mostra que os genes associados ao transtorno – e que elevam o risco para o desenvolvimento de TDAH – também aumentam o risco para outros transtornos, como esquizofrenia, autismo e depressão. Segundo o professor, esse achado vai ao encontro dos estudos realizados em famílias. Quando uma mãe é diagnosticada com depressão ou um pai é diagnosticado com ansiedade, os filhos têm um aumento do risco de desenvolver todos os outros transtornos mentais – e não apenas depressão ou ansiedade. “Esse é um dado consistente que, possivelmente, tem implicações em como categorizamos os transtornos mentais.”

Um outro achado diz respeito à falsa impressão de que, nas últimas décadas, houve um aumento da incidência de TDAH. Na verdade, a revisão mostrou um aumentou nas taxas de diagnóstico do transtorno. Entretanto, as taxas de tratamento, em todo o mundo, ainda são muito baixas.

A revisão mostrou ainda a eficácia dos tratamentos medicamentosos, enquanto que os alternativos, não farmacológicos, como suplementação de ômega 3 e terapia cognitivo-comportamental, entre outros, se mostraram bastante frágeis. Contudo, o professor lamenta que não existam estudos que evidenciem os benefícios de longo prazo resultantes do tratamento das pessoas com TDAH.

A revisão de artigos também mostrou que não há um padrão cognitivo único para pessoas com o transtorno, sendo esse perfil bastante distinto e diverso. Em algumas, o problema maior é a lentidão, demoram muito para fazer as coisas, não têm energia, parecem desanimadas. Já outras querem emoção, adrenalina, e se expõem muito a riscos.

Desafios

Segundo o professor, cada vez mais os cientistas entendem que o TDAH é o extremo da distribuição, dentro de uma população, do traço “desatenção”, “agitação”. “O que quer dizer isso? Que todos nós temos um pouco de desatenção, de ansiedade, todos ficamos tristes, e isso se distribui de uma forma dimensional. O TDAH parece ser aquele grupo de pessoas que têm mais dessa desatenção ou dessa agitação. A diferença está na intensidade”, explica ao Jornal da USP. Ele conta que os mesmos genes associados ao TDAH também estão associados a essa desatenção e a essa agitação nas crianças sem diagnóstico do transtorno.

Todas essas descobertas trazem demandas desafiadoras aos profissionais da área. Polanczyk ressalta que não se pode perder de vista que, atualmente, existe um diagnóstico correto, padronizado e bem validado. No entanto, para o psiquiatra, será preciso começar a levar em conta a dimensionalidade do TDAH, entendendo que há pessoas que, num determinado momento, não preenchem todo os critérios de diagnóstico, mas, em outros, podem apresentar problemas de comportamento ou sintomas.

“Para um fim clínico, para dizer se deve ou não tratar, nós estabelecemos essas características diagnósticas, tem ou não tem, mas isso não representa o que acontece do ponto de vista biológico”, aponta. E essa dimensionalidade do TDAH vale para todos os outros transtornos, como autismo e ansiedade.

Segundo Polanczyk, ao longo do tempo, na interação com o ambiente, os sintomas do TDAH podem mudar. Uma pessoa que apresente sintomas em menor intensidade pode ter esse quadro alterado em um determinado período da vida: a formatura, a saída da casa dos pais, trabalho, dinheiro, estresse e outras demandas do cotidiano. Diante disso, eventualmente, os sintomas podem aumentar muito.

“Pode ser que aquele indivíduo ultrapasse esse limiar porque está em um contexto que favorece o surgimento desses sintomas. E isso é importante porque hoje a gente diz “seu filho não tem TDAH, fique tranquilo, vai embora”. Mas pode ser que os sintomas surjam depois”, alerta o psiquiatra. E caso apresente apenas quatro ou cinco sintomas, não terá o diagnóstico fechado, e não receberá o tratamento para TDAH. Porém, esses quatro ou cinco sintomas podem estar atrapalhando muito a vida da pessoa, gerando estresse, dificultando estudos.

O psiquiatra ainda sugere que é preciso avançar mais e deixar para trás a ideia de um tratamento comum a todos. Como exemplo, ele cita o câncer de mama. Há vários tipos de tratamento, de acordo com o tipo de tumor. Para Polanczyk, será preciso pensar na dimensionalidade do TDAH para cada pessoa e partir para intervenções que levem em conta as características individuais, as funções cognitivas, os genes, e que não dependam tanto da categorização diagnóstica e, assim, atuar de uma forma mais específica.

E como traduzir para a prática clínica esse achado de que não é “tenho ou não tenho TDAH” mas sim “tenho uma dimensão do transtorno”? Para o professor, a exemplo da cardiologia, se uma pessoa tem um colesterol limítrofe, a proposta pode ser fazer uma dieta, porém, se o colesterol é um pouco mais alto, o médico indica alguma outra coisa além. “Talvez, na psiquiatria, seja preciso chegar a esse ponto, de entender o nível e a intensidade e tratar com base nisso, ter intervenções mais direcionadas para esses níveis e intensidade de sintomas.”

Fonte: Jornal da Usp – https://jornal.usp.br/

Mais informações: e-mail gvp@usp.br, com o professor Guilherme V. Polanczyk

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA EXTRAORDINARIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Por meio do presente edital, a ACORDE – ASSOCIAÇÃO DE CAPACITAÇÃO, ORIENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO EXCEPCIONAL, por meio do seu presidente, no uso de suas atribuições estatutárias (artigo 19 c.c. artigo 25 inciso III) convoca todos associados, com direito a voz e voto, a comparecer no dia 22 de março de 2022, na Rua José Luís Olaio, nº 290, Bairro Jardim Ricetti, na cidade de São Carlos, Estado de São Paulo, com o objetivo, e pôr intermédio de Assembleia Geral Extraordinária, deliberar sobre:

1) alteração do estatuto social, compreendendo a mudança de denominação e estender as formas de atendimentos e atividades;

2) alteração do endereço da sede.

A assembleia instalar-se-á em primeira convocação, às 19h30, com a presença da maioria dos associados, e em segunda convocação, às 20h00, com 1/3 de associados presentes. Este edital permanecerá fixado em mural no local acima citado até a data da realização do ato assemblear.

Cordialmente,

São Carlos (SP), 10 de março de 2022.

 

Oswaldo Ferrari da Silva
Presidente

Sinais de alerta para se detectar o autismo

Talvez a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar tanto no Transtorno do Espectro Autista (TEA) quanto atualmente, mas ainda existem muitas dúvidas sobre o que realmente é, os sintomas e as implicações para o indivíduo. O TEA também é conhecido de diferentes maneiras, como Transtorno Autístico (Autismo), Transtorno/Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação e é considerado um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento.

A Acorde está entre as organizações que oferecem avaliação diagnóstica para identificar casos de TEA, por meio do Centro de Assistência e Terapias, onde profissionais investigam sinais característicos dessa condição em crianças, jovens e adultos.

No diagnóstico, sendo detectado que o paciente possui características que envolvam prejuízos na interação social, na linguagem/comunicação, e se há padrões repetitivos de comportamento, a orientação é para que os pais, responsáveis e professores procurem auxílio médico quando há os seguintes sinais:

  1. Pouco contato visual: a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar.
  2. Não interagir com outras pessoas: não interage com outras pessoas por meio de sorrisos, por exemplo.
  3. Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por volta dos seis a oito meses de vida, portanto, deve-se ficar atento quanto à ausência desse comportamento.
  4. Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, pois não atende quando é chamada pelo nome.
  5. Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e parece não entender a brincadeira.
  6. Atraso na fala: criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases.
  7. Não usar a comunicação não-verbal: não usa as mãos para indicar algo que quer.
  8. Comportamentos sensoriais incomuns: se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos; não gosta do toque de outras pessoas, irritando-se com abraços e carinho.
  9. Não brinca de faz de conta: não cria suas próprias histórias e não participa das brincadeiras dos colegas. Também não utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão.
  10. Movimentos estereotipados: apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.

Não há medicação para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém em alguns casos são necessárias medicações para o controle de quadros associados ao autismo, como insônia, impulsividade, hiperatividade, irritabilidade, atitudes agressivas, falta de atenção, ansiedade, depressão, sintomas obsessivos, raiva e comportamentos repetitivos. Há casos em que o indivíduo desenvolve problemas psiquiátricos.

O acompanhamento do TEA baseia-se em estratégias como:

Treinamento dos pais: é a família que mais interage e estimula o comportamento das crianças, portanto, um tratamento eficaz depende do auxílio dos familiares e amigos.

Análise do Comportamento Aplicada – ABA (Applied Behaviour Analysis) é uma abordagem psicológica usada para a compreensão do comportamento. Trata-se de uma área de conhecimento que envolve pesquisas a partir dos princípios básicos da ciência da Análise do Comportamento

Tratamento e Educação para Crianças Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (TEACCH): desenvolvido na década de sessenta no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, por Eric Schopler e Robert Reichler, caracteriza-se por prover um atendimento educacional especializado, numa configuração estruturada de ensino, para indivíduos com autismo, considerando suas especificidades, dificuldades, limitações e, sobretudo, suas potencialidades. A principal finalidade do Teacch é prover e potencializar a comunicação de autistas, sobretudo de crianças. O método tem ainda por objetivo a habilitação comportamental funcional e autônoma do autista, na medida das suas potencialidades e restrições, visando a construção de um indivíduo cada vez menos isolado e, na medida das possibilidades, independente e produtivo.

Psicoterapia em abordagem cognitivo-comportamental (TCC): a abordagem psicológica demonstra ter eficácia nos quadros de ansiedade, autoajuda e habilidades de vida diária.

Para os profissionais da Acorde e, de acordo com os estudos científicos, o diagnóstico e intervenção precoces são fundamentais para que o indivíduo receba o tratamento adequado e desenvolva habilidades cognitivas importantes para uma vida produtiva e inclusiva, com chances de estudar e trabalhar. A Acorde há 33 anos atua para promover assistência e proporcionar educação e desenvolvimento das pessoas atendidas pela organização, a fim de capacitá-las e incluí-las na sociedade.

 

O que é filantropia?

Filantropia é um conceito antigo, cujo significado vem se transformando ao longo dos séculos. A expressão é formada por duas palavras gregas. A primeira é filos, que quer dizer afeição, amor. E a segunda é antropo, que quer dizer homem, humanidade. Portanto, ao pé da letra, filantropia é ‘amor pela humanidade’.

No decorrer do tempo, porém, passamos a entender filantropia como ‘ações realizadas em favor do próximo, ou do bem público’. Talvez você esteja se perguntado: por que não chamamos de filantropo todo mundo que faz doações, que faz trabalho voluntário, que doa bens, enfim, que ajuda os outros? Porque existe uma diferença entre quem pratica a caridade e quem faz filantropia. As pessoas que praticam a caridade estão buscando aliviar o sofrimento dos outros, enquanto a tendência da filantropia é tentar resolver o problema que está causando o sofrimento.

Como solucionar a origem do problema quase sempre exige mais recursos e mais tempo, os ‘chamados’ filantropos costumam ser pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso, quando pensamos em filantropos, logo lembramos dos grandes milionários. Um dos maiores exemplos atuais de filantropo é Bill Gates, criador da Microsoft, que destinou mais de 50 bilhões de dólares para a Fundação Bill e Melinda Gates. Antes dele, houve diversos outros, talvez o mais famoso seja John D. Rockefeller, mais conhecido simplesmente como Rockefeller, que construiu sua fortuna na indústria do petróleo, fez vultuosas doações e criou a Fundação Rockefeller.

FILANTROPIA NO BRASIL

Aqui no Brasil também temos grandes filantropos, ainda que não cultivemos o costume de falar muito a respeito. Um deles é Guilherme Leal, fundador da Natura e de diversas organizações sociais que cobrem as várias causas apoiadas por ele. Outro filantropo brasileiro é Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da Ambev, que também criou diversas organizações sociais. Mais recentemente, Elie Horn, fundador da construtora Cyrela, tem surgido como um grande filantropo. Ele foi o primeiro brasileiro a assinar o Giving Pledge, uma declaração de que vai doar, em vida, pelo menos metade de sua fortuna. O Giving Pledge é uma iniciativa lançada por Bill Gates e Warren Buffet, em 2010, que convida bilionários a se comprometerem a doar, no mínimo, 50% de suas riquezas antes da morte. Até outubro de 2021, a iniciativa contava com 224 assinaturas.

Estamos falando sobre pessoas, mas também existe a filantropia corporativa. Em 2020, o Banco Itaú doou R$ 1 bilhão para ajudar no combate à pandemia. É menos comum vermos doações realizadas pelas empresas com um caráter exclusivamente espontâneo e humanitário. As companhias costumam fazer doações estratégicas, alinhadas com sua atuação empresarial ou com públicos de interesse. Mas na pandemia também as empresas precisaram mobilizar em ações assistenciais.

FILANTROPIA E CARIDADE: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

De um modo geral, caridade e filantropia formam uma excelente dobradinha. Uma traz o alívio imediato e a outra trabalha para resolver o problema no longo prazo. E sempre foi assim ao longo da história. A primeira entidade filantrópica no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1543. Naquela época, a caridade e a filantropia estavam fortemente concentradas na Igreja Católica, e permaneceu desse modo, aqui no Brasil, até o século XX, quando ocorreu a separação da Igreja e do Estado, e o surgimento de associações, sindicatos e partidos para defesa dos interesses da sociedade. Essas entidades foram evoluindo e se transformando. Surgiram as Organizações Não Governamentais, conhecidas como ONGs e, que, hoje em dia, são chamadas de OSCs, ou seja, Organizações da Sociedade Civil.

PARA QUE SERVE A FILANTROPIA?

Todas essas instituições não têm fins lucrativos e trabalham para defender os interesses da sociedade em diversos campos, desde Saúde e Educação, até Cultura e Meio Ambiente. Para viver e funcionar, elas contam com as doações dos filantropos, das empresas e, eventualmente, de recursos advindos do governo. De acordo com Censo Gife 2018, as doações filantrópicas de institutos, fundações e empresas totalizaram R$ 3,5 bilhões naquele ano. Mas esse número foi muito mais alto em 2020, quando empresas doaram mais de R$ 6 bilhões apenas para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, segundo levantamento feito pelo Monitor das Doações.

O longo período de instabilidade que o Brasil atravessou na última década prejudicou bastante o crescimento da filantropia. Mas a onda de solidariedade e empatia, gerada pela pandemia, pode ter virado esse jogo, mostrando a doadores e filantropos, que a responsabilidade por construir uma sociedade melhor para todos e todas está nas mãos de cada um de nós.

Fonte: IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

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Está nascendo uma nova ACORDE – Futura sede está em obras no bairro Jardim Ricetti

Em breve, a ACORDE SÃO CARLOS trará todos os serviços prestados no Jardim Tangará, para instalar-se completamente no bairro Jardim Ricetti, na sua sede própria à Rua José Luiz Olaio nº 290.  Um local estratégico e de fácil acesso para atender nas áreas de saúde, educação e assistência social   às pessoas com deficiência intelectual ou múltipla.

As instalações serão amplas, modernas e adequadas às necessidades dos usuários, com uma área útil de 650m² de construção, num terreno de 1600 m², o que ampliará a capacidade de atendimento, além de oferecer outros benefícios futuros para o fomento da instituição

Crescimento

“Nos últimos 4 anos de atendimentos, a demanda aumentou de 70 para 340 beneficiários”, afirma a Gerente Executiva, Cleonice Amato.

Diante dessa nova realidade, considerando a demanda crescente no número de matrículas e aumento na procura dos serviços prestados, a ACORDE iniciou a Campanha CONSTRUINDO O FUTURO projetando um espaço maior para atender a demanda futura de pessoas com deficiência intelectual ou múltipla.

Em agosto, 33 anos

A ACORDE – Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional é uma Organização da Sociedade Civil, filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 08 de agosto de 1988. Tem por finalidade promover através de uma equipe multidisciplinar nas áreas de saúde, educação e assistência social, ações de defesa de direitos, prevenção, orientações e apoio à família, que possibilitem o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida de crianças e adultos com deficiência intelectual

Os benefícios das novas instalações

O maior benefício das novas instalações é ter um espaço novo, amplo e melhor adaptado para realizar os atendimentos.

CAT – Centro de Assistência e Terapias (concluído)

Bloco 1: possui  sala de recepção e coordenação e conta com 05 salas para atendimentos clínicos, onde são prestados serviços de Psiquiatria, psicologia, Nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e assistência social em 12 horas de atendimentos.

CEPE – Centro Educacional e Pedagógico Especializado (concluído)

Bloco 2:  A Escola Especial Maria Maffei Lobbe conta com 9 novas salas  de  aulas, sala de informática, coordenação, banheiros adaptados com acessórios para atender as necessidades dos usuários e um amplo espaço para depósito de equipamentos e materiais.

CAN – Centro de Alimentação e Nutrição (a construir)

Bloco 3:  terá um refeitório, cozinha, despensa seca , área de recepção de alimentos e  área de serviço .

Os blocos do prédio, interligados por rampas de acesso, proporcionam mobilidade e segurança aos frequentadores.

Após a conclusão dos 3 módulos, a Acorde se mobilizará para ampliar em mais 500m² com a construção de salas de administração, sala multimídia e academia.

A amamentação sob a perspectiva do fonoaudiólogo

Dentre as experiências vivenciadas pelo bebê, a amamentação merece destaque. No dia 01 de agosto comemoramos o Dia Mundial do Aleitamento Materno.

A importância da amamentação, o aleitamento materno traz benefícios nutricionais, imunológicos, emocionais, econômicos e sociais que já são amplamente divulgados. Como também no momento tão importante no desenvolvimento infantil e no relacionamento mãe e filho, seja o mais seguro e feliz.

O aleitamento materno também tem efeitos positivos do ponto de vista da saúde fonoaudiológica, uma vez que está relacionado  ao crescimento e desenvolvimento craniofacial e motor-oral do recém-nascido, sendo sua presença, fator importante de prevenção.

Ao sugar o seio materno a criança estabelece padrão adequado de respiração nasal e postura correta da língua. A sucção durante a amamentação, promove o desenvolvimento adequado dos órgãos fonoarticulatórios quanto à mobilidade, tônus, força, postura e consequentemente o desenvolvimento das demais funções como a mastigação, deglutição e articulação dos sons da fala.

Contribui para a redução da presença de maus hábitos orais e posturais inadequados dos órgãos fonoarticulatórios.

O Desenvolvimento motor-oral reflete no desenvolvimento craniofacial, no crescimento ósseo e na dentição. Essas forças musculares promovem uma ação modeladora, mas que em condições inadequadas, podem conduzir a alterações anatômico-funcionais indesejáveis.

Somente a amamentação ou a sucção no peito materno promove a atividade muscular correta. Crianças amamentadas no peito tem menores chances de adquirir hábitos de sucção não nutritivos, comumente observados em crianças que não receberam aleitamento materno, ou o fazem por tempo menor. O desmame precoce pode levar a uma ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado.

A Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade  Brasileira de Pediatria recomendam a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida e complementada até dois anos ou mais, permitindo a adequada transição alimentar, de modo que a criança tenha condições de receber alimentos certos na idade adequada, garantindo o pleno desenvolvimento.

A prática bem-sucedida do aleitamento materno depende, em grande parte, do apoio e das orientações recebidas pelas mães ao longo da gestação, nos primeiros momentos do nascimento e na alta hospitalar.

A técnica de amamentar deve ser ensinada e, para isso, o primeiro passo é a observação cuidadosa da mamada para que se possam ser feitos os ajustes e orientações necessárias para garantir o seu sucesso e sua permanência.

Todos os profissionais envolvidos com a saúde da díade mãe-bebê são agentes responsáveis pela promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno.

(Fonte Instituto PENSI)

Fonoaudiologia e áreas de atuação

O Fonoaudiólogo (a) é o profissional que entre as suas competências estão a prevenção, intervenção e reabilitação de alterações de linguagem oral e escrita, audição, fluência, voz e motricidade orofacial. É focado em todos os aspectos da comunicação humana. Logo, é responsável por desenvolver atividades voltadas à saúde, prevenção, avaliação, diagnóstico, orientação e terapia de seus pacientes. Pode atuar de forma individual ou em parceria com outros profissionais; pode se especializar em diversos ramos e, podendo trabalhar na área clínica ou educacional, bem como na área estética; envolver-se na área acadêmica, elaborando projetos de pesquisa nas mais diversas áreas. Este profissional pode atuar em instituições de saúde públicas e privadas como hospitais, clínicas, maternidades, laboratórios de diagnósticos, etc.

Áreas de atuação na Fonoaudiologia:

01. Audiologia
Atua na recuperação de diversos distúrbios auditivos, proporcionando desde terapias até a adaptação de aparelhos auditivos.

02. Linguagem
Trabalhará com aspectos que envolvem a comunicação oral e escrita, visando identificar e trabalhar possíveis distúrbios no processo de desenvolvimento da comunicação na esfera citada desde a infância à vida adulta.

03. Motricidade
Trabalhará na habilitação de funções relacionadas à respiração, sucção, mastigação, deglutição, expressão facial e articulação da fala, visando melhores condições de vida e de comunicação do paciente.

04. Saúde coletiva
Fazendo parte de grupos de estudos e reflexões sobre políticas públicas no sistema de saúde no Brasil. Pode atuar na atenção à saúde, sendo na promoção, prevenção, educação e intervenção, a partir do diagnóstico de grupos populacionais.

05. Voz
Atuará na avaliação, no diagnóstico e na reabilitação de problemas vocais, bem como com o aperfeiçoamento estético da comunicação e expressividade da voz, também poderá atuar com a prevenção de patologias vocais.

06. Disfagia
Atua na avaliação e no diagnóstico de distúrbios da deglutição, com intuito de intervir (habilitar e ou reabilitar) para prover melhoria na qualidade de vida do paciente.

07. Fonoaudiologia Educacional
O profissional terá espaço para atuar na promoção, aprimoramento e prevenção de alterações dos aspectos relacionados à audição, linguagem (oral e escrita), motricidade oral e voz que favoreçam e otimizem o processo de ensino e aprendizagem.

08. Gerontologia
Nesta área, muitas vezes sendo parte de uma equipe multidisciplinar, atua na promoção da saúde do idoso, prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação, reabilitação dos distúrbios relacionados à fala, audição, ao equilíbrio, à deglutição, motricidade orofacial e voz nessa população.

09. Fonoaudiologia Neurofuncional
Realiza avaliação, diagnóstico, habilitação e reabilitação fonoaudiológicos de pessoas com alterações neurofuncionais, provenientes de sequelas de danos ao sistema nervoso central ou periférico.

10. Fonoaudiologia do Trabalho
Participa de campanhas educativas, palestras e ações de conscientização dos trabalhadores e elabora estratégias de promoção e proteção em saúde no que se refere a Fonoaudiologia.

11. Neuropsicologia
O fonoaudiólogo trabalha com intuito de prevenir, avaliar, tratar e gerenciar os distúrbios que afetam a comunicação humana e sua interface com a cognição.

12. Fluência
Poderá atuar na identificação de tipologias das disfluências típicas e atípicas para o diagnóstico e intervenção em transtornos da fluência.

Autora: Marília Marcondes Ferreira – Fonoaudióloga da Acorde São Carlos
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