Autismo: Conheça os 9 sinais que podem indicar o transtorno na fase adulta

Segundo estimativas do CDC, há 75 milhões de adultos com a condição no mundo

Muito se fala sobre os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. Apesar de a condição ter ganho notoriedade nos últimos anos, ela existe há muito tempo. Isso significa que existem diversos adultos com TEA sem o devido diagnóstico.

Segundo o Center for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos (CDC, em inglês), cerca de 1% da população mundial adulta — ou seja, mais de 75 milhões de pessoas com 18 anos ou mais — está no espectro autista.

Não há dados e estatísticas no Brasil sobre quantas pessoas viveriam com TEA, mas usando dados do CDC, estima-se que existam cerca de 2 milhões de adultos com Transtorno do Espectro Autista no país.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TEA “se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem”, que “começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta”. Na maioria dos casos, afirma a entidade, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida.

Nem sempre os traços do autismo são perceptíveis, principalmente naqueles em que a condição é classificada de alto funcionamento ou Transtorno de Asperger, também chamado de TEA de Nível 1 ou grau leve.

Veja abaixo 9 sinais que podem indicar o autismo em adultos:

Hipersensibilidade a texturas, sons e cheiros

A pessoa com TEA costuma dar mais atenção a certos sons baixos ou contínuos, como ruídos do ar-condicionado, por exemplo. Elas também são mais sensíveis a cheiros e texturas, como certos tipos de perfumes ou odores. Podem também reagir a alimentos com texturas diferentes e a certos tecidos de roupas.

Hiperfoco em determinados assuntos

É comum a pessoa com TEA ter interesses intensos e ser extremamente focados em um assunto específico: ela pesquisa tudo sobre aquilo, se torna uma verdadeira especialista. Pode ser em música, jogos, tecnologia, personagens, assuntos aprendidos na escola. Esse super interesse é chamado de hiperfoco e tende a se manifestar ainda na infância.

Preferência por trabalhar sozinho do que em equipe

Por dificuldades em interação social, muitas pessoas com TEA podem preferir ficar sozinhas por longos períodos de tempo, até mesmo no trabalho. Essa tendência ao isolamento não necessariamente indica que eles não se sintam solitários, apenas funcionam melhor assim. Isso vale tanto para crianças quanto para adultos, que também precisam de um tempo sozinhos, sem serem interrompidos por outras pessoas.

Apego a rotinas

Pessoas com TEA gostam de rotinas. Isso as ajuda a se organizarem internamente. Por exemplo, gostam de seguir a mesma ordem para se arrumar para o trabalho, de percorrer os mesmos caminhos, até mesmo de sempre tomar o mesmo café da manhã.

Falta de habilidade social

Quando expostas a longos períodos de informações sociais e informações sensoriais, as pessoas com TEA tendem a se sentirem sobrecarregas e exaustas. Por isso, elas costumam ter um círculo de amizade bem limitado e não gostam de participar de reuniões em grupos grandes.

Interpretação ao pé da letra

Pessoas com TEA têm dificuldade de entender piadas, ironias e frases com duplo sentido. Também não costumam compreender a comunicação não verbal, como gestos, linguagem corporal e expressão facial. Para eles, tudo é levado ao pé da letra.

Desvio de olhar

Para pessoas com TEA, olhar nos olhos de outra pessoa pode ser muito desconfortável e cansativo.

Sinceridade exagerada

A pessoa com TEA tende a ser “sem filtro”, falando as coisas com sinceridade e sentido literal. Elas têm dificuldade de esconder o que pensam e não percebem que suas falas diretas podem acabar magoando as pessoas que ouvem.

Dificuldade de expressar suas emoções

Abraços longos e apertados, beijos, dizer “eu te amo”. Essas demonstrações de amor, carinho e afeto são difíceis para pessoas com TEA. Elas tendem a não demonstrar ou receber afeto com naturalidade. Isso não significa que não tenham afeto. Mas elas têm limitações e também não costumam falar de seus sentimentos.

 

Fonte: O GLOBO — Rio de Janeiro

Inaugurada a Residência Inclusiva para jovens e adultos com deficiência “Henriqueta Roiz Ferreira”

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA PARA ELEIÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA E CONSELHO FISCAL

O INSTITUTO ACORDE com sede à Rua José Luíz Olaio, nº 290, Jardim Ricetti em São Carlos/SP, devidamente representado por seu Presidente Oswaldo Ferrari da Silva, convoca através do presente edital, todos os associados contribuintes participantes do rol de membros, para Assembleia Geral Ordinária, que se realizará em sua sede, no dia 07 de dezembro de 2022, com a seguinte ordem do dia:

· ELEIÇÃO DE DIRETORIA E CONSELHO FISCAL PARA O BIÊNIO 2023/2024.

A Assembleia Geral instalar-se à em primeira convocação as 19h30 com a presença das maiorias dos associados e as 20h00 em segunda convocação, com qualquer número, não exigindo a lei quórum especial.

São Carlos, 07 de novembro de 2022

Oswaldo Ferrari da Silva
Presidente

Instituto Acorde inaugura Escola de Educação Especial “Maria Maffei Lobbe”

O Instituto Acorde inaugurou nesta sexta-feira (2) a Escola de Educação Especial “Maria Maffei Lobbe”, localizada na sede da entidade na rua José Luiz Olaio, nº 290, no Jardim Ricetti.

A missão do Instituto Acorde é cuidar e atender pessoas com deficiência intelectual, síndrome de Down e transtorno do espectro autista, proporcionando educação e desenvolvimento, a fim de melhorar a qualidade de vida e a inclusão social.

O secretário de Governo, Netto Donato, representando o prefeito Airton Garcia, participou da solenidade de inauguração e destacou que o Instituto Acorde é uma entidade importantíssima para a nossa cidade, parabenizando, em nome do prefeito Airton Garcia, toda a equipe do Instituto pelo espaço amplo e adaptado para poder oferecer a um número maior de crianças e adultos, com deficiência intelectual, atividades para a desenvolvimento das suas capacidades.

Já o ex-deputado Lobbe Neto agradeceu o Instituto por ter denominado de Maria Maffei Lobbe, sua avó, a Escola de Educação Especial. “Eu e minha tia Wilma Lobbe agradecemos ao presidente da ACORDE, Oswaldo Ferrari Silva, pela homenagem a nossa família”.

A Escola Especial Maria Maffei Lobbe conta com 9 novas salas de aulas, sala de informática, coordenação, banheiros adaptados com acessórios para atender as necessidades dos usuários e um amplo espaço para depósito de equipamentos e materiais.

Também participaram da inauguração as secretárias de Cidadania e Assistência Social, Vanessa Soriano e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Lucinha Garcia, a secretária interina de Agricultura e Abastecimento, Ester Soares de Lucas e os vereadores Robertinho Mori, Rodson Magno do Carmo e Azuaite Martins de França, além do padre Daniel Lavandoski, colaboradores, alunos e familiares.

 

Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla vai ser realizada a partir de 22 de agosto em São Carlos

Com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de políticas públicas para promover a inclusão social das pessoas com deficiências e para combater o preconceito e a discriminação, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Carlos, realiza nos dias 22, 23, 24, 25, 26 e 31 de agosto, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.

Durante esse período serão realizadas palestras na área da saúde e também sobre os direitos das pessoas com deficiência, exposições culturais e apresentações em comemoração aos 60 anos da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e aos 34 anos da ACORDE (Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional).

“A cada ano buscamos sempre conscientizar mais a sociedade acerca de determinadas necessidades para inclusão plena. Autonomia, protagonismo e independência, têm sido conceitos recorrentes; a semana tem sido uma ferramenta para promoção de uma atitude de eminência para com a pessoa em situação de deficiência intelectual e múltipla em diversos campos da vida”, explica Lucinha Garcia, secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

Confira a programação completa da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla:

DIA 22/08 (SEGUNDA-FEIRA):

9h – Abertura oficial da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla;

– Exposição de quadros da artista plástica Daniela Caburro;

– Exposição do treinador Paraolímpico Mitcho Bianchi;

– Palestra com Lisandrea Rodrigues Menegasso Gennaro, psicóloga na Unidade Saúde – Escola da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestre em Educação Especial (2005) e Doutora em Psicologia (2012), pela UFSCar;

Local: Paço Municipal – Rua Episcopal, nº 1.575, no centro.

DIA 23/08 (TERÇA-FEIRA):

19h30 – Mostra Cultural dos Alunos da APAE em comemoração aos 60 anos da Entidade e 30 anos da Banda Marcial;

Local: Teatro Municipal de São Carlos – Rua 7 de setembro, nº 1.735, no Centro;

DIA 24/08 (QUARTA-FEIRA):

15h – Mostra Cultural dos Alunos da APAE em comemoração aos 60 anos da Entidade e 30 anos da Banda Marcial;

Local: Teatro Municipal de São Carlos – Rua 7 de setembro, nº 1.735, Centro.

DIA 25/08 (QUINTA-FEIRA):

10h30 – Palestra com Dra. Maria Alice da Defensoria Pública sobre os direitos da pessoa com deficiência;

Local: Auditório Wilson Wady Cury – Avenida São Carlos, nº 1.800, no Centro;

DIA 26/08 (SEXTA-FEIRA):

9h – Evento na Praça do Mercado Municipal com a participação de entidades assistenciais e parceiros. Serão oferecidos serviços de saúde (aferição de glicemia e pressão arterial), distribuição de kits odontológicos, corte de cabelo, manicure e para os alunos de entidades que atendem crianças com deficiência um passeio no Trenzinho Azul;

DIA 31/08 (QUARTA-FEIRA):

19h30 – Show de Talentos com alunos e funcionários da ACORDE;

Local:  Teatro Municipal de São Carlos – Rua 7 de setembro, nº 1.735, no Centro.

Fatores fundamentais no desenvolvimento da linguagem infantil

A comunicação humana está presente na vida dos seres humanos desde a sua gestação, dentro do ventre materno já reconhecemos a voz dos nossos pais, sentimos o aconchego e carinho dos nossos cuidadores, assim como outros sentimentos de raiva ou medo também podem ser percebidos pelo bebê até mesmo pelo tom de voz materno.

O desenvolvimento da linguagem acontece desde este período da concepção, onde a criança e a mãe, criam um vínculo muito forte. Quando o bebê nasce, já reconhece a voz da mãe e do pai, e se acalma com alguns sons que ouvia dentro da barriga.

Durante o primeiro ano de vida, muitos fatores podem influenciar no bom desenvolvimento da comunicação de uma criança, são eles: amamentação no peito, a interação e um bom vínculo materno e paterno, estimular o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo do seu filho através de brincadeiras adequadas para cada faixa etária, ouvir músicas, contar histórias. Todos estes fatores favorecem o processo de aquisição da fala, pois é ouvindo e interagindo com o ambiente ao seu redor que o bebê aprende a simbolizar e dar significado as coisas.

Por isto é muito importante verificar se a criança está ouvindo bem, ou seja, direciona a cabeça em direção ao som, obedece a ordens simples, reage à voz das pessoas, faz contato visual, demonstra interesse em explorar os objetos, realiza sons com a boca (balbucios).

Existem diversos fatores que podem propiciar o “Atraso no Desenvolvimento da Linguagem da Criança” são eles:

1. Falta de estímulos por parte dos pais ou cuidadores, ou seja, a criança fica muito tempo em frente à televisão/tablet/celulares sem conversar com ninguém, falta de contato com outras crianças, pouca interação com as pessoas e objetos ao seu redor, muito tempo com a chupeta e/ou mamadeira na boca;

2. Dificuldade auditiva, causada por otites ou outros fatores, o que prejudica que ela aprenda os significados dos sons;

3. Problemas Neurológicos ou Cognitivos, Síndromes, Transtorno do Espectro Autista;

4. Apraxia Verbal, que é a dificuldade motora para realizar a articulação dos sons da fala;

Dicas para ajudar no desenvolvimento da linguagem de seu filho:

– Interaja com ele desde a gestação, converse, diga como se sente e o quanto ele é importante para você, cante para seu bebê;

– Propicie momentos de brincadeiras em família, deixe a criança explorar os objetos e brinquedos, sempre sob supervisão de algum adulto, mas deixe que ela se movimente e reconheça o ambiente ao seu redor;

– Explique sempre o que está acontecendo, dando significado para as suas ações, isto estimula a criança a querer conhecer coisas novas, como por exemplo, na hora do banho diga quais partes do corpo estão sendo lavadas (agora vamos lavar o pezinho, a barriguinha…). Na hora de dar comida explique o que ela está comendo (vamos comer banana, está gostosa a banana filho (a)?);

– Converse com seu filho sempre, mesmo que ele não responda, diga os nomes dos objetos, mostre o significado deles, para que servem;

– Leve seus filhos em parques e passeios ao ar livre, onde estimulem o seu contato com outras crianças;

– Conte histórias para ele/ela, tire um tempo por dia para ler, ouvir músicas, dançar, brincar somente ele e você.

A criança na fase do 0 aos 12 meses está absorvendo tudo que acontece ao seu redor, portanto, quanto mais você favorecer que ela tenha contato com estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos, melhor será o seu desenvolvimento global e , consequentemente, a sua linguagem compreensiva e expressiva acontecerá de uma forma natural e espontânea.

Caso seu filho não esteja falando até os 3 anos de idade, ou tenha um vocabulário muito restrito, uma fala difícil de entender, utilizando-se apenas de algumas sílabas para se comunicar, procure um fonoaudiólogo, que é o profissional capacitado o tratamento da comunicação humana.

* Daniela Franken é fonoaudióloga e integra o time de profissionais do Espaço Vitale Saúde PAS

Fonte: https://www.saudepas.com.br/

Solidariedade e saúde: conheça os benefícios de fazer o bem!

Ajudar as pessoas que mais precisam com boas ações é fundamental para que a gente conquiste um mundo melhor. Mas você já parou para refletir sobre como praticar atitudes positivas no dia a dia podem colaborar com quem as pratica? É por isso que hoje vamos falar sobre os benefícios de fazer o bem.

Já é comprovado cientificamente que praticar boas ações trazem diversos benefícios para a nossa saúde física, assim como para a saúde mental. E já que fazer algo tão simples assim vem carregado de ganhos, a gente não pode deixar essa informação passar.

Para que você entenda mais sobre como atitudes assim podem contribuir para a sua saúde, continue com a gente. Boa leitura!

Os benefícios reais das boas ações

Causar o bem com boas ações já dá um quentinho no coração de imediato. E isso não é uma impressão falsa. A prática de atitudes assim dão benefícios reais e comprovados em pesquisa para a nossa saúde. Benefícios físicos, mentais e até emocionais.

Fazer o bem faz bem, dá a sensação de bem-estar. Em outras palavras, essa sensação reduz os níveis de estresse e dá um equilíbrio emocional. Em um estudo realizado na Suíça para entender como fazer o bem beneficia as pessoas, foi constatado que as pessoas que eram voluntárias em algum projeto são menos esgotadas, menos estressadas e têm uma saúde mental melhor.

Além disso, fazer o bem ativa áreas importantes do cérebro, responsáveis pela sensação de prazer e recompensa. Isso foi resultado de outro estudo, que ao entregar uma quantia em dinheiro para algumas pessoas, elas poderiam escolher entre fazer ou não uma doação. Quem fez a doação, teve o sistema de recompensa ativado no cérebro, que causa a liberação de dopamina.

Dentre os outros benefícios que fazer o bem carrega, também estão:

  • Aumento da autoestima e da sensação de satisfação;
  • Prática e desenvolvimento da empatia;
  • Melhora das competências de trabalho em equipe;
  • Aumento e diversificação da socialização;
  • Aperfeiçoamento e aprendizado de novas e velhas habilidades;
  • Expansão da rede de contatos e das experiências.

Só coisa boa, não é mesmo?

Formas de causar o bem

Causar o bem pode ser bem simples. Atitudes pequenas no nosso dia a dia já fazem a diferença. Você pode, por exemplo:

  • doar sangue;
  • doar roupas, alimentos, livros etc;
  • se declarar doador de órgãos;
  • fazer visitas a asilos, hospitais, orfanatos e instituições;
  • ajudar alguém que precise (um vizinho, um desconhecido ou até mesmo alguém da sua família);
  • escolher uma causa para ajudar e contribuir com doações (clique aqui)

Enfim, são diversas maneiras de causar o bem e ajudar as pessoas que estão próximas ou não a gente.

Quais outras possibilidades de ajudar você conhece? Já pratica alguma? Conta pra gente! ♥

Disfarces que contribuem para o diagnóstico tardio do autismo em meninas

Meninas com autismo recebem diagnóstico em média um ano depois que meninos. É o que mostra estudo realizado por pesquisadores da Brown University, nos Estados Unidos, e publicado em janeiro deste ano na revista científica Autism Research. Entre os motivos que podem justificar a demora na identificação da condição está o fato de as meninas apresentarem habilidades linguísticas mais avançadas que os meninos. O atraso na linguagem é, normalmente, o primeiro sinal de autismo notado por pais e médicos.

De acordo com estimativas, meninos têm cerca de três a quatro vezes mais chances de serem identificados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Relatório de março deste ano dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, relatou aumento de 10% no autismo no País, com taxa de prevalência de 1 em 35 entre os meninos (ou 2,97%) e 1 em 145 entre as meninas (equivalente a 0,69%). O dado, que é considerado para estimativas mundiais, triplicou entre 2000 e 2016.

O atraso na identificação do transtorno é grave. “Há estudos demonstrando que o atraso na descoberta do autismo em meninas pode chegar a cinco anos. Como em muitos casos a linguagem e a presença de fala são mais desenvolvidas em meninas com TEA do que em meninos, muitas vezes perde-se a oportunidade de fazer o diagnóstico precocemente”, explica o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Outro motivo para o atraso do diagnóstico é que alguns sinais do TEA são semelhantes ao da ansiedade e depressão em meninas. “Não é incomum atendermos crianças com 13, 14, 15 anos com autismo e que não foram diagnosticadas por confusão de sintomas”, afirma Casella.

Camaleoas

Por terem o comportamento social naturalmente mais desenvolvido que os meninos, as condições do transtorno do espectro de autismo leve nas garotas podem ser menos percebidas. “As meninas têm um desejo maior de socializar e fazer amigos, apresentam mais habilidades imaginativas e capacidade de fantasiar e frequentemente se sentem frustradas por não conseguirem. Já os meninos em muitos casos não fazem questão de ter companhia e tendem a ficar mais isolados”, diz o neuropediatra. Por isso, as garotas conseguem disfarçar suas dificuldades copiando comportamento de outras meninas ou tentando se envolver em brincadeiras.

É maior o número de meninas que apresentam menos estereotipias – termo médico para ações repetitivas de movimento, postura ou fala que fazem parte da rotina de pessoa com espectro do autismo. “Elas também apresentam menos interesses restritos que os colegas do gênero oposto com TEA, como interessar-se por navios de guerra, planetas, aviões.

Quando ocorrem, elas tendem a inibir esses comportamentos com maior intensidade para parecerem semelhantes aos seus pares”, diz Casella. Ele lembra que muitas atitudes das meninas que podem sinalizar o espectro do autismo são aceitas como características próprias como timidez ou gosto por organização para ações repetidas de arrumação.

De acordo com os pesquisadores da Brown University, a confirmação de que a descoberta do autismo em meninas é tardia é importante para o estabelecimento de novos critérios de avaliação clínica para seu diagnóstico.

“Precisamos pensar em como podemos melhorar o reconhecimento do autismo em indivíduos, incluindo muitas dessas meninas, que não têm o mesmo nível de atraso no idioma primário, mas que podem manifestar outras dificuldades na comunicação social, na brincadeira social e na adaptação ao mundo social”, explica Eric Morrow, autor do estudo e professor associado de biologia molecular, neurociência e psiquiatria da universidade.

“Comportamentos e atitudes como as estereotipias e a interação social não costumam melhorar com remédios, mas o tratamento com terapia baseada na análise aplicada do comportamento pode determinar resultados muito satisfatórios, principalmente se iniciados precocemente em razão da maior plasticidade cerebral das crianças mais novas. Assim, quanto antes for o início do tratamento, melhores serão os resultados”, completa o médico do Einstein.

Os primeiros sinais

Estar atento aos sinais, ainda que sutis, é importante para adiantar o diagnóstico do TEA. Além do atraso na fala, crianças com o espectro apresentam dificuldade de contato visual e não têm atenção compartilhada, apresentam mais dificuldade para demonstrar dor e praticarem interação social. “Os pais precisam acompanhar o dia a dia da criança. Devem lembrar que o estímulo é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos e diante de qualquer desconfiança devem procurar um especialista”, afirma Casella.

Fonte: VivaBem – Uol

 

Autismo: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

O Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, é uma condição que, na maioria das vezes, se inicia na infância e se caracteriza por uma dificuldade na comunicação verbal e não verbal. Segundo o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein, a criança com o diagnóstico pode desenvolver a fala, mas nem sempre consegue fazer uma conversação de “ida e volta” adequada para a idade.

Além de prejudicar as interações sociais, a condição também é caracterizada por um padrão de comportamento, no qual a criança mantém interesses ou atividades restritas e repetitivas. De acordo com o especialista, um exemplo de atividade repetitiva é quando a criança, especialmente aquela na primeira infância, enfileira os carrinhos e outros brinquedos de forma constante.

No caso das crianças mais velhas, elas podem manifestar um interesse específico. “É aquela criança que sabe tudo sobre a Segunda Guerra, ou todas as pontes de metrô de todas as capitais da Europa, todos os filmes de todas as épocas etc. Estes são exemplos de interesses restritos”, exemplifica Casella.

Outro comportamento comum nas crianças com dificuldades de comunicação pode ser visto nas brincadeiras coletivas. Segundo o especialista, ao invés de ela brincar com os outros, compartilhando a experiência, elas brincam “junto” (ao lado da outra criança, por exemplo correndo para lá e para cá), sem interagir.

Sinais

Existem alguns sinais que podem levantar suspeitas sobre o TEA, e que é importante que os pais fiquem atentos para o diagnóstico precoce. Segundo Erasmo, são sinais como:

  • Crianças que não batem palma, não dão tchau, dentro de um ano de idade ou um ano e meio;
  • Não apontam com o indicador as coisas que querem até um ano e quatro meses;
  • Não sustentam um contato visual;
  • Têm atraso de fala;
  • Não imitam os adultos em brincadeiras imaginárias ou em criar cenários.

“Por exemplo, o adulto coloca um brinquedo na cabeça e conta até três, e a criança não repete o gesto. Ou em brincadeiras imaginárias, como dar comida para um boneco. Ou, ainda, pegar o carrinho e fazer uma brincadeira ao invés de ficar só enfileirando”, exemplifica Casella.

Diagnóstico

De acordo com dados de 2021 do Centro de Controles e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estima-se que uma a cada 44 crianças desenvolva o TEA. Embora o diagnóstico possa ser feito precocemente, entre um a dois anos de idade, em geral vem mais tarde. Segundo Casella, isso se deve, em alguns casos, à negação da família ou à falta de comunicação das dúvidas durante a consulta ao pediatra ou, ainda, por não ter sido possível observar sinais no consultório.

“É comum a criança com TEA chegar no consultório de pediatria e ficar chorando o tempo todo e, às vezes, o pediatra perde a oportunidade de observar os sinais de alerta que podem acontecer. Toda a criança tem birra, mas a birra da criança com TEA é intensa e difícil de controlar”, explica.

Diagnosticar precocemente a condição é importante, segundo Casella, porque o cérebro, no início da infância, tem uma maior plasticidade, e as crianças podem responder melhor às terapias.

Abordagens terapêuticas

As opções disponíveis atualmente para o cuidado do TEA envolvem abordagens diferentes. Uma delas é a Análise Aplicada do Comportamento, vertente da psicologia comportamental adaptada ao cenário do autismo, que visa desenvolver habilidades sociais que sejam relevantes, e reduzir repertórios considerados inadequados, e é o tipo de tratamento com mais evidências científicas.

Em casos específicos, pode ser indicado o uso de medicamentos, mas não para todos, segundo Casella. “Remédios podem ser usados em crianças que são muito agressivas, que não dormem à noite ou, ainda, que chegam aos cinco ou seis anos com um Déficit de Atenção importante, ou se têm ansiedade”, explica.

Outras terapias que podem ser indicadas são fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. De acordo com o especialista, a abordagem é multiprofissional e pode durar a vida inteira, ou não. Isso depende do grau de funcionalidade de cada indivíduo e das modificações e evolução que cada um irá apresentar.

“Posteriormente, a criança vai precisar de uma terapia de grupo para melhorar a sociabilidade. Pode precisar, também, de uma terapia cognitivo comportamental, para orientar como estudar e como se virar em algumas situações”, explica.

Papel da família

Na tentativa de proteger a criança com TEA, a família pode prejudicar a transição para uma vida adulta mais independente, segundo Casella. Além de gerar uma dependência exagerada, algumas atitudes que poderiam ser tomadas sem a necessidade dos pais, como atravessar uma rua, vestir-se e tomar banho, não são aprendidas ou ensinadas da maneira mais adequada. “Faz parte do tratamento a família saber que ali tem uma pessoa que pode aprender bastante, e a vida inteira aprende”, argumenta.

Segundo o especialista, é importante que a criança com TEA tenha oportunidades de desenvolver a independência e a sociabilidade, para melhorar as relações coletivas. “Colocar as crianças em alguns grupos, como escoteiros, grupos de igreja, que às vezes acabam tendo menos bullying, ou de música, conforme o interesse de cada um, pode beneficiar o desenvolvimento”, detalha.

Fonte: blog Vida Saudável, uma iniciativa do Hospital Israelita Albert Einstein.