Autismo: Conheça os 9 sinais que podem indicar o transtorno na fase adulta

Segundo estimativas do CDC, há 75 milhões de adultos com a condição no mundo

Muito se fala sobre os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. Apesar de a condição ter ganho notoriedade nos últimos anos, ela existe há muito tempo. Isso significa que existem diversos adultos com TEA sem o devido diagnóstico.

Segundo o Center for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos (CDC, em inglês), cerca de 1% da população mundial adulta — ou seja, mais de 75 milhões de pessoas com 18 anos ou mais — está no espectro autista.

Não há dados e estatísticas no Brasil sobre quantas pessoas viveriam com TEA, mas usando dados do CDC, estima-se que existam cerca de 2 milhões de adultos com Transtorno do Espectro Autista no país.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TEA “se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem”, que “começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta”. Na maioria dos casos, afirma a entidade, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida.

Nem sempre os traços do autismo são perceptíveis, principalmente naqueles em que a condição é classificada de alto funcionamento ou Transtorno de Asperger, também chamado de TEA de Nível 1 ou grau leve.

Veja abaixo 9 sinais que podem indicar o autismo em adultos:

Hipersensibilidade a texturas, sons e cheiros

A pessoa com TEA costuma dar mais atenção a certos sons baixos ou contínuos, como ruídos do ar-condicionado, por exemplo. Elas também são mais sensíveis a cheiros e texturas, como certos tipos de perfumes ou odores. Podem também reagir a alimentos com texturas diferentes e a certos tecidos de roupas.

Hiperfoco em determinados assuntos

É comum a pessoa com TEA ter interesses intensos e ser extremamente focados em um assunto específico: ela pesquisa tudo sobre aquilo, se torna uma verdadeira especialista. Pode ser em música, jogos, tecnologia, personagens, assuntos aprendidos na escola. Esse super interesse é chamado de hiperfoco e tende a se manifestar ainda na infância.

Preferência por trabalhar sozinho do que em equipe

Por dificuldades em interação social, muitas pessoas com TEA podem preferir ficar sozinhas por longos períodos de tempo, até mesmo no trabalho. Essa tendência ao isolamento não necessariamente indica que eles não se sintam solitários, apenas funcionam melhor assim. Isso vale tanto para crianças quanto para adultos, que também precisam de um tempo sozinhos, sem serem interrompidos por outras pessoas.

Apego a rotinas

Pessoas com TEA gostam de rotinas. Isso as ajuda a se organizarem internamente. Por exemplo, gostam de seguir a mesma ordem para se arrumar para o trabalho, de percorrer os mesmos caminhos, até mesmo de sempre tomar o mesmo café da manhã.

Falta de habilidade social

Quando expostas a longos períodos de informações sociais e informações sensoriais, as pessoas com TEA tendem a se sentirem sobrecarregas e exaustas. Por isso, elas costumam ter um círculo de amizade bem limitado e não gostam de participar de reuniões em grupos grandes.

Interpretação ao pé da letra

Pessoas com TEA têm dificuldade de entender piadas, ironias e frases com duplo sentido. Também não costumam compreender a comunicação não verbal, como gestos, linguagem corporal e expressão facial. Para eles, tudo é levado ao pé da letra.

Desvio de olhar

Para pessoas com TEA, olhar nos olhos de outra pessoa pode ser muito desconfortável e cansativo.

Sinceridade exagerada

A pessoa com TEA tende a ser “sem filtro”, falando as coisas com sinceridade e sentido literal. Elas têm dificuldade de esconder o que pensam e não percebem que suas falas diretas podem acabar magoando as pessoas que ouvem.

Dificuldade de expressar suas emoções

Abraços longos e apertados, beijos, dizer “eu te amo”. Essas demonstrações de amor, carinho e afeto são difíceis para pessoas com TEA. Elas tendem a não demonstrar ou receber afeto com naturalidade. Isso não significa que não tenham afeto. Mas elas têm limitações e também não costumam falar de seus sentimentos.

 

Fonte: O GLOBO — Rio de Janeiro