Orientações às familias de crianças e adolescentes com Autismo em tempos de coronavírus

Diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e os possíveis impactos às famílias de crianças e adolescentes com autismo (atualmente denominado como transtorno do espectro autista – TEA), este material contém algumas orientações que podem contribuir para o melhor enfrentamento da situação. Não se trata de gerar mais demandas às famílias, mas de amenizar o dia a dia e as dificuldades que possam surgir.

Nesse cenário de pandemia, marcado por riscos e dúvidas, é importante que as famílias se acalmem e compreendam que por mais difícil que o dia a dia possa estar (devido à suspensão das atividades nas escolas, instituições e clínicas), estas medidas de segurança e controle¹ são necessárias e urgentes.

Sabemos que o cotidiano das famílias de crianças e adolescentes com autismo não é fácil e, portanto, é fundamental que o cuidado deles possa ser compartilhado.

Assim, identifique pessoas que poderiam ajudar, dividir tarefas, evitando a sobrecarga de apenas um cuidador.

A rotina habitual tende a se modificar em uma situação como esta, podendo resultar em sofrimento para as pessoas com autismo. Mesmo distante das atividades habituais, busque criar uma rotina em casa. Tenha horários e momentos para acordar, comer, atividades livres, tarefas e dormir. É uma forma de oferecer proteção e segurança às crianças e adolescentes.

Haverá dias em que ficar em casa será difícil. Procure horários mais tranquilos, com pouco movimento nas ruas, para levar as crianças e adolescentes para dar uma volta ao ar livre, caminhar, ter contato com a natureza e se distrair, mas não esquecendo das normas de segurança. Ainda que o ideal seja ficar em casa, pode ser que precise sair, por exemplo, para ir ao supermercado. Sempre que possível, vá sozinha(o) ou peça para alguém fazer essa tarefa.

Lembre-se que há lugares que oferecem delivery. Conte com outras pessoas para cuidado da criança ou adolescente enquanto estiver fora. Essa medida é importante tanto para evitar a contaminação, quanto situações estressantes. Caso não tenha com quem deixá-la(o), prefira horários menos movimentados, habituais e faça uso do atendimento preferencial.

A quarentena pode durar semanas ou meses, então não se cobre tanto a respeito das obrigações e tarefas que lhes são atribuídas em um dia a dia comum. Afinal, esta tem sido uma situação atípica e difícil para todos. Não se sintam culpados(as)! Certamente estão fazendo o melhor possível.

Caso tenha alguma crença, use disso. Mantenha a fé. Pode ser uma importante fonte de suporte, apoio e força nesse momento.

Em caso de urgência ou situação de crise, tente contato com o médico ou profissional de referência, eles poderão orientar. Não tome medidas ou decisões por conta, por exemplo, mudar a medicação. Se não conseguir ajuda profissional e a criança/adolescente ou a família estiver em risco, procure a Unidade de Pronto Atendimento – UPA (local de urgência e emergência de referência do município).

 *Material produzido pelo grupo de pesquisa, ensino e extensão do “La Follia”, do Depto. de Terapia Ocupacional da UFSCar juntamente com professores do Depto. de Medicina e Psicologia que trabalham na Saúde Mental.

Em tempos de coronavírus, ACORDE lança campanha para arrecadação de recursos. Contribua!

Há 32 anos a ACORDE é uma Organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que presta serviços à nossa comunidade, fortalecendo os vínculos sociais e defendendo os direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, paralisia cerebral, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Síndrome de Down. Ao longo desse tempo, milhares de pessoas foram beneficiadas pelos atendimentos prestados pela instituição.

Todo esse empenho e dedicação realizados por uma equipe multidisciplinar refletem na qualidade de vida das crianças, jovens e adultos atendidos pela ACORDE – que nos dias de hoje são quase 200 assistidos.

O objetivo da instituição é prestar assistência, prevenir e promover a saúde das pessoas com deficiência intelectual, oferecendo independência e inclusão social a quem mais precisa.

Junto a isso, educação e atividades intelectuais e físicas dão suporte ao desenvolvimento do assistido, formando um cidadão capaz de participar ativamente de nossa sociedade.

Toda essa estrutura, bem como o trabalho desenvolvido são oferecidos de forma gratuita às pessoas de São Carlos e Região. Ao contribuir com a ACORDE você garante a continuidade dos atendimentos e auxilia na manutenção e ampliação da organização.

Como contribuir?

– Através da Central de Doações, a ACORDE liga para você e te deixa por dentro de tudo o que está acontecendo na entidade. Assim você tem a certeza de que seu dinheiro é destinado a um projeto social sério e comprometido com o bem estar de nossa comunidade.

– O mensageiro passa em sua casa no dia e horário combinados, portando crachá de identificação e lhe entregando um recibo no valor de sua doação.

Caso não possa sair para receber nosso mensageiro, disponibilizamos um meio prático para que essa corrente de solidariedade não se desfaça num momento tão importante como esse!

Uma simples transferência ou depósito bancário ajudará muito a ACORDE a manter seu trabalho.

TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA

Banco: Brasil (001)    Ag: 0295-x       CC: 65007-2
CNPJ: 57.716.185/0001-52    Em nome de: ACORDE

Viu como é fácil ajudar? Quando a ACORDE ligar, diga “SIM” e contribua!

Telefones para contato: (16) 3411-3082 / 3411-3084 e (16) 99243-9707 (WhatsApp)

ACORDE – Aqui sua doação é uma semente!

A importância do Uso da Tecnologia Assistiva (TA) no aprendizado das crianças autistas

A Tecnologia Assistiva (TA) é todos os recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou auxiliar as habilidades funcionais de pessoas com deficiência em seu cotidiano. A TA tem como objetivo proporcionar independência, melhor qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação da comunicação, mobilidade, controle do seu ambiente e habilidades para o trabalho ou escola.

Sendo assim, ela pode ser aplicada a várias áreas do cotidiano, como na alimentação, com uso de talheres adaptados. Na comunicação, com recursos de Comunicação alternativa. Em sala de aula, como um simples engrossador de lápis, ou até mesmo computador com mouse adaptados.

Então quer dizer que meu celular é uma Tecnologia Assistiva? Depende. Se você for uma pessoa que necessita do sistema de acessibilidade do celular para conseguir ler as mensagens, ligar para alguém, ou pesquisar alguma coisa na internet, sim. Ou seja, se você for uma pessoa com baixa visão ou com cegueira, e necessita do celular para proporcionar independência nessa área, sim, o celular é uma TA.

Um objeto ou recurso só é considerado TA se a pessoa que estiver utilizando precisa dela para aqueles quesitos que listamos anteriormente. Meio confuso, não é? Vamos mudar de exemplo e pensar assim: O computador é uma tecnologia, certo? Mas é considerada uma TA? Depende! Se o computador for necessário para que em sala de aula você consiga acompanhar as atividades, sendo por slides ampliados, ou comunicação alternativa, sim, ele é uma tecnologia assistiva. Mas, caso você consiga acompanhar as aulas pela lousa ou com os livros, o computador será apenas uma tecnologia que “facilita” no seu cotidiano.

A TA é categorizada em duas, as de alta tecnologia, que são recursos tecnológicos, como mouse adaptados, softwares para computador/tablet/celular, controle de voz para televisão, entre outros. E podem ser de baixa tecnologia, como por exemplo, lápis engrossado, talheres engrossados ou adaptados, ou até mesmo uma prancha de comunicação feita em casa.

Mas isso quer dizer que as tecnologias de baixa tecnologia são inferiores? Nããão!! Apenas que são confeccionadas com materiais de fácil acesso e baixo custo. Porém, se for confeccionado pensando na necessidade da pessoa, e no final, ela atingir o objetivo, ela terá o mesmo resultado que uma TA de alta tecnologia.

Autora: Janaina Francieli Ferreira da Silva – Educadora Especial da Acorde

A Importância da Psicopedagoga

Atualmente a psicopedagogia é uma área com bastante destaque nos meios escolares e clínicos, posto que se ocupa da aprendizagem e dificuldades dos sujeitos em seu processo de desenvolvimento cognitivo. Deste modo, percebemos aumento significativo nas demandas de crianças com dificuldades de aprendizagem e portadoras de necessidades especiais nos últimos anos.

Assim entendemos que o psicopedagogo atualmente não limita seu trabalho, intervenções psicopedagógicas ou mesmo desempenho de funções e atividades psicopedagógicas   só com as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem como transtornos relacionados à linguagem, escrita, cálculos ou déficits de atenção. O trabalho do psicopedagogo também se estende a atuar com as dificuldades de desenvolvimento das crianças que apresentam algum tipo de deficiência ou necessidade especial e não única e exclusivamente aos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Seu trabalho tem caráter preventivo e terapêutico quando está relacionado aos sujeitos tidos como ´´regulares´´ e ou ´´comuns´´ que apresentam dificuldades de aprendizagem na leitura, escrita, cálculo, falta de atenção e de concentração. Mas quando se refere as suas mediações para os portadores de necessidades especiais a dimensão, a caracterização, os procedimentos e as intervenções tomam outro formato, de extrema importância, igualmente outras expectativas e perspectiva quanto aos possíveis resultados com estas crianças.

Sendo assim, sua atuação é bastante abrangente e o profissional lida com questões psicológicas, pedagógicas, afetivas e cognitivas. Por isso, ele acompanha a criança ou adolescente com variadas deficiências, como por exemplo, TEA e avalia como está sua aprendizagem, investiga os seus comportamentos e até mesmo elabora estratégias para realizar intervenções sempre que necessário.

Cabe ao psicopedagogo, impulsionar e facilitar o desenvolvimento cognitivo das pessoas com TEA, DI, PC, SÍNDROME DE DOWN E OUTRAS. Ele consegue por meio de diversas técnicas contribuir para que ESPECIAL entenda melhor as regras sociais e melhore a sua convivência com as pessoas da sociedade. Ele também atua na orientação dos familiares quanto as suas posturas e com os profissionais envolvidos diretamente com os alunos especiais.

O profissional reforça a ideia de que a aprendizagem é um processo de construção. Por isso, avalia todos os comportamentos, como curiosidades, ações e interações do indivíduo para elaborar um plano de aprendizagem. É importante e necessário que o psicopedagogo aborde cada caso individualmente de cada síndrome. Essa é a melhor forma para as intervenções pedagógicas sejam eficazes e o deficiente consiga se desenvolver, compreender e assimilar a interação com outras pessoas.

Autora:
Ana Paula Relva Izzo – Psicopedagoga Clínica e Institucional na Acorde

Vamos falar sobre os lanchinhos saudáveis?

Vamos falar um pouquinho sobre os lanchinhos, que são aquelas pequenas refeições intermediarias, que fazemos entre o café da manhã, o almoço e o jantar. ⠀⠀⠀⠀⠀

Muitas vezes não conseguimos dar tanta atenção para essas pequenas refeições, e acabamos partindo pra bolachas, pães, sucos industrializados, salgadinhos e refrigerantes, por serem considerado “alimentos fáceis”.

Acabamos esquecendo que o básico e o simples também pode ser o mais saudável. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Castanhas, cenourinhas, ovo cozido, iogurte natural, frutas com aveia são exemplos de lanchinhos saudáveis, de fácil acesso que irão ajudar a nos manter mais saudáveis.

Vamos abandonar os industrializados, e junto com eles os corantes, conservantes e o açúcar em excesso!! Vamos levar uma vida mais saudável e com muito mais saborosa.

Autora:
Marina Guerreiro – Nutricionista da Acorde
CRN3 33918

A função do Assistente Social na consolidação dos direitos da criança e do adolescente com autismo

De acordo com Nietsche (2011) conforme pontuado pelo CRESS-MG, ação profissional dos assistentes sociais deve efetivar-se através de programas de intervenção, ao contribuir para a socialização e a consolidação dos direitos do indivíduo e da sua família. Portanto como pontua o autor, a atuação do profissional Assistente Social não deve se resumir apenas aos usuários. A assistência deve estar vinculada as famílias.

Nessa perspectiva, é competência de o Assistente Social observar e entender as mudanças societárias e lutar pela conquista de uma sociedade mais justa. O profissional ao lidar com o autismo, é de suma que procure compreender a especificidade dessa expressão da questão social, compreendendo as particularidades de cada indivíduo, tornando assim o seu trabalho mais qualificado

A Lei 8.662/1993 afirma que compete aos assistentes sociais, dentre outras competências, orientar indivíduos e grupos de diferentes camadas sociais, identificando e fazendo uso de recursos; defender seus direitos e trabalhar no planejamento, organização e administração dos benefícios e serviços sociais. Nesse sentido, mesmo se o usuário com autismo não possuir autonomia devido às suas especificidades, os profissionais de Serviço Social devem intervir de modo que eles caminhem em busca de conquistá-la, através da socialização de informações, da inserção deles em programas e serviços e da conscientização de seus direitos.

Segundo Trindade (2012), por mais que alguns segmentos de assistentes sociais possuam uma propensão a defender práticas terapêuticas, as abordagens individuais predominantes na categoria estão assentadas em processos de reflexão acerca da condição socioeconômica dos usuários e sobre as causas sociais dos problemas apresentados. Assim, o assistente social é o profissional responsável por viabilizar as condições sociais necessárias para que o atendimento se realize, preocupando-se com os recursos materiais básicos para o atendimento e com a garantia de direitos sociais.

Por fim podemos entender que os Assistentes Sociais, além de conhecer os direitos e garantias asseguradas às crianças e adolescentes com autismo, deve intervir no campo das relações sociais para concretizar a efetivação e a consolidação desses direitos, trabalhando em conjunto com a equipe multidisciplinar, com a família e com a sociedade.

Autora: *Carla Isabel Abrahão Elias é Assistente Social da Acorde

Referência Bibliográfica: https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/e7/e7614408-cab0-4632-ac6c-8fa8ca174af9.pdf