Disfarces que contribuem para o diagnóstico tardio do autismo em meninas

Meninas com autismo recebem diagnóstico em média um ano depois que meninos. É o que mostra estudo realizado por pesquisadores da Brown University, nos Estados Unidos, e publicado em janeiro deste ano na revista científica Autism Research. Entre os motivos que podem justificar a demora na identificação da condição está o fato de as meninas apresentarem habilidades linguísticas mais avançadas que os meninos. O atraso na linguagem é, normalmente, o primeiro sinal de autismo notado por pais e médicos.

De acordo com estimativas, meninos têm cerca de três a quatro vezes mais chances de serem identificados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Relatório de março deste ano dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC), nos Estados Unidos, relatou aumento de 10% no autismo no País, com taxa de prevalência de 1 em 35 entre os meninos (ou 2,97%) e 1 em 145 entre as meninas (equivalente a 0,69%). O dado, que é considerado para estimativas mundiais, triplicou entre 2000 e 2016.

O atraso na identificação do transtorno é grave. “Há estudos demonstrando que o atraso na descoberta do autismo em meninas pode chegar a cinco anos. Como em muitos casos a linguagem e a presença de fala são mais desenvolvidas em meninas com TEA do que em meninos, muitas vezes perde-se a oportunidade de fazer o diagnóstico precocemente”, explica o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Outro motivo para o atraso do diagnóstico é que alguns sinais do TEA são semelhantes ao da ansiedade e depressão em meninas. “Não é incomum atendermos crianças com 13, 14, 15 anos com autismo e que não foram diagnosticadas por confusão de sintomas”, afirma Casella.

Camaleoas

Por terem o comportamento social naturalmente mais desenvolvido que os meninos, as condições do transtorno do espectro de autismo leve nas garotas podem ser menos percebidas. “As meninas têm um desejo maior de socializar e fazer amigos, apresentam mais habilidades imaginativas e capacidade de fantasiar e frequentemente se sentem frustradas por não conseguirem. Já os meninos em muitos casos não fazem questão de ter companhia e tendem a ficar mais isolados”, diz o neuropediatra. Por isso, as garotas conseguem disfarçar suas dificuldades copiando comportamento de outras meninas ou tentando se envolver em brincadeiras.

É maior o número de meninas que apresentam menos estereotipias – termo médico para ações repetitivas de movimento, postura ou fala que fazem parte da rotina de pessoa com espectro do autismo. “Elas também apresentam menos interesses restritos que os colegas do gênero oposto com TEA, como interessar-se por navios de guerra, planetas, aviões.

Quando ocorrem, elas tendem a inibir esses comportamentos com maior intensidade para parecerem semelhantes aos seus pares”, diz Casella. Ele lembra que muitas atitudes das meninas que podem sinalizar o espectro do autismo são aceitas como características próprias como timidez ou gosto por organização para ações repetidas de arrumação.

De acordo com os pesquisadores da Brown University, a confirmação de que a descoberta do autismo em meninas é tardia é importante para o estabelecimento de novos critérios de avaliação clínica para seu diagnóstico.

“Precisamos pensar em como podemos melhorar o reconhecimento do autismo em indivíduos, incluindo muitas dessas meninas, que não têm o mesmo nível de atraso no idioma primário, mas que podem manifestar outras dificuldades na comunicação social, na brincadeira social e na adaptação ao mundo social”, explica Eric Morrow, autor do estudo e professor associado de biologia molecular, neurociência e psiquiatria da universidade.

“Comportamentos e atitudes como as estereotipias e a interação social não costumam melhorar com remédios, mas o tratamento com terapia baseada na análise aplicada do comportamento pode determinar resultados muito satisfatórios, principalmente se iniciados precocemente em razão da maior plasticidade cerebral das crianças mais novas. Assim, quanto antes for o início do tratamento, melhores serão os resultados”, completa o médico do Einstein.

Os primeiros sinais

Estar atento aos sinais, ainda que sutis, é importante para adiantar o diagnóstico do TEA. Além do atraso na fala, crianças com o espectro apresentam dificuldade de contato visual e não têm atenção compartilhada, apresentam mais dificuldade para demonstrar dor e praticarem interação social. “Os pais precisam acompanhar o dia a dia da criança. Devem lembrar que o estímulo é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos e diante de qualquer desconfiança devem procurar um especialista”, afirma Casella.

Fonte: VivaBem – Uol

 

Autismo: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

O Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, é uma condição que, na maioria das vezes, se inicia na infância e se caracteriza por uma dificuldade na comunicação verbal e não verbal. Segundo o neurologista pediátrico Erasmo Barbante Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein, a criança com o diagnóstico pode desenvolver a fala, mas nem sempre consegue fazer uma conversação de “ida e volta” adequada para a idade.

Além de prejudicar as interações sociais, a condição também é caracterizada por um padrão de comportamento, no qual a criança mantém interesses ou atividades restritas e repetitivas. De acordo com o especialista, um exemplo de atividade repetitiva é quando a criança, especialmente aquela na primeira infância, enfileira os carrinhos e outros brinquedos de forma constante.

No caso das crianças mais velhas, elas podem manifestar um interesse específico. “É aquela criança que sabe tudo sobre a Segunda Guerra, ou todas as pontes de metrô de todas as capitais da Europa, todos os filmes de todas as épocas etc. Estes são exemplos de interesses restritos”, exemplifica Casella.

Outro comportamento comum nas crianças com dificuldades de comunicação pode ser visto nas brincadeiras coletivas. Segundo o especialista, ao invés de ela brincar com os outros, compartilhando a experiência, elas brincam “junto” (ao lado da outra criança, por exemplo correndo para lá e para cá), sem interagir.

Sinais

Existem alguns sinais que podem levantar suspeitas sobre o TEA, e que é importante que os pais fiquem atentos para o diagnóstico precoce. Segundo Erasmo, são sinais como:

  • Crianças que não batem palma, não dão tchau, dentro de um ano de idade ou um ano e meio;
  • Não apontam com o indicador as coisas que querem até um ano e quatro meses;
  • Não sustentam um contato visual;
  • Têm atraso de fala;
  • Não imitam os adultos em brincadeiras imaginárias ou em criar cenários.

“Por exemplo, o adulto coloca um brinquedo na cabeça e conta até três, e a criança não repete o gesto. Ou em brincadeiras imaginárias, como dar comida para um boneco. Ou, ainda, pegar o carrinho e fazer uma brincadeira ao invés de ficar só enfileirando”, exemplifica Casella.

Diagnóstico

De acordo com dados de 2021 do Centro de Controles e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estima-se que uma a cada 44 crianças desenvolva o TEA. Embora o diagnóstico possa ser feito precocemente, entre um a dois anos de idade, em geral vem mais tarde. Segundo Casella, isso se deve, em alguns casos, à negação da família ou à falta de comunicação das dúvidas durante a consulta ao pediatra ou, ainda, por não ter sido possível observar sinais no consultório.

“É comum a criança com TEA chegar no consultório de pediatria e ficar chorando o tempo todo e, às vezes, o pediatra perde a oportunidade de observar os sinais de alerta que podem acontecer. Toda a criança tem birra, mas a birra da criança com TEA é intensa e difícil de controlar”, explica.

Diagnosticar precocemente a condição é importante, segundo Casella, porque o cérebro, no início da infância, tem uma maior plasticidade, e as crianças podem responder melhor às terapias.

Abordagens terapêuticas

As opções disponíveis atualmente para o cuidado do TEA envolvem abordagens diferentes. Uma delas é a Análise Aplicada do Comportamento, vertente da psicologia comportamental adaptada ao cenário do autismo, que visa desenvolver habilidades sociais que sejam relevantes, e reduzir repertórios considerados inadequados, e é o tipo de tratamento com mais evidências científicas.

Em casos específicos, pode ser indicado o uso de medicamentos, mas não para todos, segundo Casella. “Remédios podem ser usados em crianças que são muito agressivas, que não dormem à noite ou, ainda, que chegam aos cinco ou seis anos com um Déficit de Atenção importante, ou se têm ansiedade”, explica.

Outras terapias que podem ser indicadas são fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. De acordo com o especialista, a abordagem é multiprofissional e pode durar a vida inteira, ou não. Isso depende do grau de funcionalidade de cada indivíduo e das modificações e evolução que cada um irá apresentar.

“Posteriormente, a criança vai precisar de uma terapia de grupo para melhorar a sociabilidade. Pode precisar, também, de uma terapia cognitivo comportamental, para orientar como estudar e como se virar em algumas situações”, explica.

Papel da família

Na tentativa de proteger a criança com TEA, a família pode prejudicar a transição para uma vida adulta mais independente, segundo Casella. Além de gerar uma dependência exagerada, algumas atitudes que poderiam ser tomadas sem a necessidade dos pais, como atravessar uma rua, vestir-se e tomar banho, não são aprendidas ou ensinadas da maneira mais adequada. “Faz parte do tratamento a família saber que ali tem uma pessoa que pode aprender bastante, e a vida inteira aprende”, argumenta.

Segundo o especialista, é importante que a criança com TEA tenha oportunidades de desenvolver a independência e a sociabilidade, para melhorar as relações coletivas. “Colocar as crianças em alguns grupos, como escoteiros, grupos de igreja, que às vezes acabam tendo menos bullying, ou de música, conforme o interesse de cada um, pode beneficiar o desenvolvimento”, detalha.

Fonte: blog Vida Saudável, uma iniciativa do Hospital Israelita Albert Einstein.

Bella Capri lança campanha Bella Ajuda em São Carlos

Ação que celebra Dia da Pizza fará doação de 6.000 pizzas em 25 cidades. Em São Carlos o Instituto Acorde deve arrecadar quase R$ 7 mil

A rede de pizzarias Bella Capri está lançando a oitava edição da Bella Ajuda, uma ação solidária de arrecadação de recursos para entidades assistenciais. A campanha acontece em 25 cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul onde a franquia de pizzas está presente. Serão doadas 6.000 pizzas o que representa um faturamento de mais de R$ 269.400,00 mil revertidos integralmente para as 38 entidades beneficiadas.

Em São Carlos o beneficiado é o Instituto Acorde, uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1988,  que tem por finalidade promover atividades que possibilitem crianças e adultos, com deficiência intelectual, a desenvolver suas capacidades e exercer plenamente seus direitos atendendo atualmente cerca de 300 pessoas. A entidade receberá 150 pizzas com um faturamento previsto de R$ 6.735,00. Quem quiser colaborar com a ação deve ir ao Instituto adquirir um cupom digital no valor de R$ 44,90. Para pegar a pizza, a pessoa entra no aplicativo da Bella Capri  e seleciona o sabor preferido no cardápio. Na hora de pagar aplica o código que está no cupom ganhando um desconto de R$ 44,90 na compra. A operação é simples e rápida. Depois, é só ir até a loja e retirar a pizza.

A Bella Ajuda nasceu em 2015 como uma campanha para celebrar de forma solidária o Dia da Pizza, comemorado em 10 de julho. Este é o oitavo ano consecutivo de realização da Bella ajuda que, ao longo deste período, promoveu a doação de 31.000 pizzas e arrecadou mais de R$ 1.157.000,00 doados para entidades assistenciais. A campanha será encerrada oficialmente no dia 10 de julho com uma cerimônia de entrega de cheque simbólico às entidades com o valor arrecadado em cada cidade.

Guto Covizzi, diretor da Covizzi Franchising, rede de franquias que tem a Bella Capri como uma das marcas, explica os motivos que levaram a rede a criar a campanha. “A Bella Ajuda é uma forma de retribuirmos o carinho enorme que recebemos da população das cidades onde temos operações. É um gesto de solidariedade que, esperamos, possa melhorar um pouco a vida de quem mais precisa”, afirma Guto.

SOBRE A BELLA CAPRI

A Bella Capri é uma franquia presente em 25 cidades operando agora com 40 pizzarias. Fundada em 1998, em Mirassol, a marca cresceu sem perder o sabor gourmet das tradicionais pizzas italianas, feitas na hora.  A Bella Capri está presente nas cidades paulistas de Araraquara, Bady Bassitt, Barretos, Bauru, Campinas, Catanduva, Franca, Fernandópolis, Jales, José Bonifácio, Jundiaí, Limeira, Marília, Mirassol, Novo Horizonte, Olímpia, Ribeirão Preto, Rio Claro, São Carlos, Santa Fé do Sul, São José do Rio Preto, Votuporanga, Três Lagoas (MS) e de Uberlândia e Poços de Caldas (MG).

Em 23 de junho a rede inaugurará em Presidente Prudente uma loja com foco em retirada, delivery e drive thru. Será a 41ª operação da franquia Bella Capri.