Talvez a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar tanto no Transtorno do Espectro Autista (TEA) quanto atualmente, mas ainda existem muitas dúvidas sobre o que realmente é, os sintomas e as implicações para o indivíduo. O TEA também é conhecido de diferentes maneiras, como Transtorno Autístico (Autismo), Transtorno/Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação e é considerado um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento.
A Acorde está entre as organizações que oferecem avaliação diagnóstica para identificar casos de TEA, por meio do Centro de Assistência e Terapias, onde profissionais investigam sinais característicos dessa condição em crianças, jovens e adultos.
No diagnóstico, sendo detectado que o paciente possui características que envolvam prejuízos na interação social, na linguagem/comunicação, e se há padrões repetitivos de comportamento, a orientação é para que os pais, responsáveis e professores procurem auxílio médico quando há os seguintes sinais:
- Pouco contato visual: a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar.
- Não interagir com outras pessoas: não interage com outras pessoas por meio de sorrisos, por exemplo.
- Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por volta dos seis a oito meses de vida, portanto, deve-se ficar atento quanto à ausência desse comportamento.
- Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, pois não atende quando é chamada pelo nome.
- Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e parece não entender a brincadeira.
- Atraso na fala: criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases.
- Não usar a comunicação não-verbal: não usa as mãos para indicar algo que quer.
- Comportamentos sensoriais incomuns: se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos; não gosta do toque de outras pessoas, irritando-se com abraços e carinho.
- Não brinca de faz de conta: não cria suas próprias histórias e não participa das brincadeiras dos colegas. Também não utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão.
- Movimentos estereotipados: apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.
Não há medicação para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém em alguns casos são necessárias medicações para o controle de quadros associados ao autismo, como insônia, impulsividade, hiperatividade, irritabilidade, atitudes agressivas, falta de atenção, ansiedade, depressão, sintomas obsessivos, raiva e comportamentos repetitivos. Há casos em que o indivíduo desenvolve problemas psiquiátricos.
O acompanhamento do TEA baseia-se em estratégias como:
Treinamento dos pais: é a família que mais interage e estimula o comportamento das crianças, portanto, um tratamento eficaz depende do auxílio dos familiares e amigos.
Análise do Comportamento Aplicada – ABA (Applied Behaviour Analysis) é uma abordagem psicológica usada para a compreensão do comportamento. Trata-se de uma área de conhecimento que envolve pesquisas a partir dos princípios básicos da ciência da Análise do Comportamento
Tratamento e Educação para Crianças Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (TEACCH): desenvolvido na década de sessenta no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, por Eric Schopler e Robert Reichler, caracteriza-se por prover um atendimento educacional especializado, numa configuração estruturada de ensino, para indivíduos com autismo, considerando suas especificidades, dificuldades, limitações e, sobretudo, suas potencialidades. A principal finalidade do Teacch é prover e potencializar a comunicação de autistas, sobretudo de crianças. O método tem ainda por objetivo a habilitação comportamental funcional e autônoma do autista, na medida das suas potencialidades e restrições, visando a construção de um indivíduo cada vez menos isolado e, na medida das possibilidades, independente e produtivo.
Psicoterapia em abordagem cognitivo-comportamental (TCC): a abordagem psicológica demonstra ter eficácia nos quadros de ansiedade, autoajuda e habilidades de vida diária.
Para os profissionais da Acorde e, de acordo com os estudos científicos, o diagnóstico e intervenção precoces são fundamentais para que o indivíduo receba o tratamento adequado e desenvolva habilidades cognitivas importantes para uma vida produtiva e inclusiva, com chances de estudar e trabalhar. A Acorde há 33 anos atua para promover assistência e proporcionar educação e desenvolvimento das pessoas atendidas pela organização, a fim de capacitá-las e incluí-las na sociedade.